Um dado espantoso revela como foi absurdamente extrema a cheia do Rio das Antes que levou à cheia histórica e de enormes proporções do Rio Taquari nos vales, causando uma destruição imensa de destruição com dezenas de pessoas mortas e um número elevado de desaparecidos.
Segundo a MetSul, A Usina Hidrelétrica Castro Alves, mantida pela CERAN (Companhia Energética Rio das Antas) tem uma vazão média de longo período de 162 metros cúbicos por segundo. Já a chamada vazão decamilenar (10 mil anos) estimada por complexos cálculos de engenharia é de 9.011 metros cúbicos por segundo.
Na segunda-feira (4), a UHE Castro Alves teve vazão afluente registrada de 9.783 metros cúbicos por segundo às 18h. A vazão afluente espantosa do fim da tarde de segunda-feira, portanto, ficou acima da vazão decamilenar projetada, cujo período de retorno ou tempo de recorrência (TR) estimado de 10.000 anos.
Isso significa que, em teoria, o valor pode ser igualado ou superado a cada dez mil anos, pelas estimativas de probabilidade. A probabilidade de ocorrência deste evento é igual ao inverso do TR, ou seja, 0,01%. Não significa que choveu ou equivalente a dez mil anos, ou que há dez mil anos já havia registro de chuva.
Mas que a vazão alcançada atingiu o que a Engenharia estimava poderia ocorrer com um período de retorno de cada dez mil anos. Tanto em vazão como em chuva, com base em séries históricas, com bases em séries históricas de dados, são feitos cálculos probabilísticos de tempo de retorno de um evento extremo.
Meses atrás, a cidade turística de Fort Laudardale, no estado norte-americano da Flórida, registrou em apenas 7 horas, chuva extraordinária com tempo de retorno estimado em mil anos.