A capital gaúcha já enfrenta a segunda maior enchente da sua história, com o nível do Guaíba atingindo a maior marca já registrada desde 1941.
Segundo a MetSul, o nível do rio chegou na marca de 3,5 metros na régua do Cais Mauá, no Centro da cidade, tornando-se a segunda maior cota já observada desde o começo dos dados há 150 anos.
Com os 3,50 metros, foram superados os dois picos de cheia do ano passado de 3,18 metros de setembro e os 3,46 metros de novembro. A marca iguala o que desde 1941 era a segunda maior cheia da história da capital, a de 1873, que marcou 3,50 metros, mas que imediatamente será superada.
O máximo do Guaíba segue sendo os 4,76 metros de maio de 1941. Desde a enchente de 1941, esta é apenas a quarta vez em que o Guaíba alcançou a cota de transbordamento de 3,00 metros no Cais Central. Entre 1941 e 1967 (3,11 metros) foram necessários 26 anos para a marca fosse alcançado.
Depois foram precisos outros 56 anos para que a marca fosse atingida. Agora, em apenas nove meses, o Guaíba bateu a marca de 3,00 metros em três oportunidades: setembro, novembro e nesta cheia de 2024. O nível do Guaíba seguirá subindo acentuadamente e vai ultrapassar a marca dos 4,00 metros.
O governo do estado e o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS afirmam que o Guaíba atingirá mais de 5,00 metros, superando a enchente de 1941. A inundação das ilhas será catastrófica com água com altura de um a dois metros em diversos pontos. Espera-se ainda inundação no bairro Ipanema e outras áreas que não têm proteção de diques nas margens. Mais ao Sul da cidade, muitas áreas devem ter graves inundações.
Se o robusto sistema de contenção de cheias (Muro da Mauá e diques) funcionar como foi planejado e à perfeição, o Guaíba não invadirá a cidade. Mesmo assim, pelo refluxo na rede pluvial, é rotineiro em grandes enchentes que ocorram alagamentos nas áreas próximas da Voluntários da Pátria entre o Quarto Distrito e a Rodoviária, assim como na região na Praia de Belas (imediações do Tribunal de Justiça).
A muito grave cheia do Guaíba represa o Arroio Feijó, causando inundações na zona Norte e graves em Alvorada, assim como represa o Rio Gravataí entre Gravataí e Cachoeirinha, com alagamentos e inundações. Em Canoas, a situação fica crítica porque a cidade sofrerá os efeitos da grande cheia do Guaíba com represamentos dos rios Caí e Sinos, com grandes cheias, em cenário mais perto do evento de 1965, o maior, do que de 2023.