A situação de calamidade os gaúchos vivem uniu milhares de pessoas para ajudar os atingidos, que chegam inclusive de outros municípios para Gravataí.
Só da cidade, já são mais de 1200 desalojados e 155 desabrigados. Gravataí também recebeu cerca de 200 pessoas da cidade de Canoas.
Além disso, o Rio Gravataí segue subindo e agora está com 6,17m e com elevação gradual. Fazendo parte desta rede de apoio, CTGs, igrejas e associações se colocaram à disposição para ajudar. No bairro Bonsucesso, o CTG Carreteiros da Saudade recebeu 180 pessoas do bairro Rio Branco, em Canoas, na noite de sábado. A estrutura da organização conta com espaço para alimentação, banho, lazer, rouparia e distribuição de alimentos.
De acordo com o patrão do Conselho Lairton Zagonel, o Carreteiros tem uma boa convivência com a comunidade e, assim como na pandemia, abriu as portas neste momento tão difícil. “Entendemos a necessidade de ajudar neste momento e agradecemos todos os voluntários e pessoas que estão doando. Mas lembramos que esta situação precisa de uma continuidade de doações, precisamos continuar com este ritmo nos próximos dias, para atendermos a todos”, ressalta.
Voluntários no Carreteiros, Jéssica Lopes, João Gabriel e Tauana Gabriela sentiram a vontade e a necessidade de ajudar após perceberem a seriedade da situação. Tauana conta que tem familiares em Canoas e, como não conseguiu ajudar por lá, resolveu auxiliar em Gravataí. “É muito bom ajudar, principalmente as crianças e idosos. Ontem as crianças estavam desenhando e com um sorriso no rosto. Não tem dinheiro no mundo que pague esse sentimento”, conta.
Juliana Lopes explica que pensar no quanto as pessoas foram atingidas foi o que pesou para se voluntariar. “Estava em casa, via as imagens e aquilo não saía da minha cabeça. Então resolvi vir ajudar e é muito gratificante”, explica.
João Gabriel se voluntariou após ver amigos perderem tudo. “Me senti motivado a ajudar o próximo. A gente vê o sorriso das pessoas e isso não tem preço”, disse.
No CTG Chaleira Preta, o patrão Joelci Guimarães explica que o espaço está preparado para atender até 80 pessoas, além de receber e destinar doações.
“Agora chegou o momento de nós estarmos recebendo os nossos irmãos. É uma honra pra nós poder ajudar as pessoas nesta situação. Temos um limite máximo de pessoas que podemos atender, mas queremos fazer isso da melhor forma possível”, destaca.
Joelci também pede que a população doe produtos de limpeza e materiais de higiene, que, no momento, são os itens que mais estão em falta. PMG.