Uma equipe multidisciplinar formada há dois anos já atendeu cerca de 2500 casos de pacientes com suspeita de AVC, em Gravataí.
Desde sua formação em 2023, foram cerca de 2.500 pacientes avaliados, com aproximadamente 700 internações de caráter neurológico, em uma dinâmica que exige total integração, não apenas entre os membros da equipe, mas também com outros agentes de socorro, como as UPAs e o SAMU.
Nesse período o Becker conquistou o selo ouro da Iniciativa Angels (de abrangência internacional) e também contribuiu para que Gravataí passasse a integrar o seleto grupo de 27 “Cidades Angels” no mundo. A rotina da equipe permitiu que mais de 1.600 protocolos de atendimento em AVC fossem acionados, salvando vidas e evitando possíveis sequelas por meio de técnicas eficazes e no menor tempo possível.
“Passados dois anos, é possível afirmar que nosso grupo está plenamente entrosado, com fluxos bem definidos, protocolos compartilhados e uma rotina de trabalho colaborativa. Esse amadurecimento se reflete nos resultados assistenciais e no engajamento de todos com a missão do hospital”, afirma o neurologista Diógenes Zan, líder da equipe no Dom João Becker.
Segundo ele, a construção do time foi feita com muito cuidado, respeitando a cultura local e promovendo uma verdadeira integração entre médicos, profissionais de enfermagem, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais. A grupo multidisciplinar garante cobertura 24 horas por dia no hospital.
Os indicadores de qualidade refletem as ações. Nos últimos dois anos, houve um significativo aumento de 250% na taxa de trombólise (tratamento agudo que pode reverter o AVC e salvar vidas), além de uma redução de 20% na taxa de mortalidade relacionada à doença. São números saudados pela direção do hospital, que também destaca a importância da multiplicação do conhecimento por meio da parceria com a Unisinos.
“A montagem da nova equipe de neurologia em 2023 foi norteada pela busca da excelência assistencial. A Unisinos foi importante ao nos auxiliar a captar e fidelizar os médicos que também passaram a atuar como professores de Medicina. A sinergia entre assistência e ensino traz bons resultados para todos e, principalmente, para os pacientes”, comenta o diretor médico, Fernando Issa. Segundo ele, essa estratégia também foi usada com sucesso em outros serviços do hospital, como a cardiologia e a UTI.

Mesmo com ótimos indicadores e reconhecimento internacional, ainda há espaço para avançar, visando um caminho contínuo de melhoria. “Podemos investir na ampliação da equipe, especialmente em horários críticos; intensificar os treinamentos multiprofissionais; e aprimorar a infraestrutura digital e física de suporte ao atendimento do AVC”, comenta Diógenes.
Outro movimento recente de melhoria, que impacta positivamente, foi a unificação da equipe médica que atua nas UPAs e na Emergência do Hospital Dom João Becker. Segundo Diógenes, ter times integrados entre UPA e hospital permite a padronização de condutas, ganho de tempo nos encaminhamentos e maior previsibilidade para os profissionais.
“No caso específico do AVC, em que minutos fazem a diferença entre a vida e a incapacidade, essa integração pode reduzir o tempo porta-agulha e ampliar o acesso ao tratamento trombolítico, fortalecendo ainda mais os resultados que já vêm sendo alcançados”, afirma. HDJB.