A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Denarc deflagrou nesta quarta-feira (11) a Operação Beatus, contra o narcotráfico no Rio Grande do Sul.
A ofensiva contou com apoio operacional de 200 policiais civis gaúchos e de outros quatro estados onde nesta manhã foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão preventiva, apreensão de veículos de luxo, indisponibilidade de bens imóveis e de ativos de pessoas físicas e jurídicas no sistema bancário.
As ordens judiciais foram cumpridas em Porto Alegre, Canoas, Alvorada, Cachoeirinha, Novo Hamburgo, Parobé, Charqueadas, Montenegro, Capão da Canoa, Imbé, Gravataí, Gramado, Palmares do Sul e no oeste gaúcho; nos demais estados, ações investigativas foram feitas em Santa Catarina, Paraná, Tocantins e Mato Grosso do Sul.
Até o momento, sete pessoas foram presas e cinco veículos apreendidos na Operação. No decorrer da investigação, 132 medidas de afastamentos de sigilos bancários, financeiros, fiscais, foram solicitadas. Outras 131 medidas operacionais, dentre mandados e sequestros/gravames, estão sendo executados.
Estão sendo indisponibilizadas, para futuro perdimento, 15 fazendas com grande extensão no interior gaúcha, algumas com pista de pouso, e outros 13 imóveis de luxo na grande Porto Alegre, serra gaúcha e Santa Catarina. Juntamente com as restrições e apreensões de veículos de luxo, bem como bloqueios de contas de 29 pessoas físicas e jurídicas no sistema bancário, pode-se chegar a 122 milhões de reais o total em ativos sequestrados.
Segundo o Delegado Adriano Nonnenmacher, titular da DRLD/Denarc, durante a investigação a organização criminosa movimentou mais de R$ 500 milhões de reais. Considerando as fases anteriores, de investigações conexas (Operação Partícipes/Consortium), a soma circulante pode passar de um bilhão de reais.
O modus operandi do grupo, chefiado por um líder de organização criminosa, consiste na realização de centenas de operações dissimuladas no sistema financeiro, com pulverizações diárias entre seus integrantes, bem como mescla em empresas reais, criação de empresas de fachada, colocação de sócios “laranjas”.
Os criminosos utilizavam códigos em seus nomes e diálogos para evitar identificação, bem como falsidades junto a operadoras de telefonia, bancos tradicionais e digitais. “Dentre as empresas investigadas e algumas já com ativos bloqueados, estão revendas de carros, supermercados e empresas de fundos/participações, serviços gerais e de saúde”, disse o Delegado Nonnenmacher.
Conforme o Delegado Alencar Carraro, Diretor de Investigações do Denarc, a operação deflagrada no dia de hoje teve resultado exitoso após intensos trabalhos de análises e demais diligências, sendo a maior da história da Polícia Civil gaúcha em sequestros de ativos oriundos da distribuição de drogas.
O Delegado Carlos Wendt, Diretor-Geral do Denarc, afirmou que a estratégia de prender e descapitalizar grandes lideranças e seus operadores vem sendo intensificada pelo departamento nos últimos anos, reprimindo tais delitos com investigações especializadas e propiciando ações penais com justas e céleres condenações. PC.