A Polícia Civil indiciou nesta terça-feira (5), duas das três professoras afastadas por suspeita de maus-tratos em uma escola de educação infantil de Cachoeirinha.
A denúncia partiu de uma mãe que desconfiou da conduta das funcionárias e escondeu um gravador na mochila do filho, conforme noticiamos aqui. O áudio gravado pela mãe tem cerca de oito horas de duração.
Conforme o delegado Luís Ernesto Prestes, a análise completa do material revelou que os episódios de maus-tratos ocorreram de forma pontual. Ele explicou que, ao ouvir apenas os sete minutos que circularam inicialmente, pode-se ter a impressão de que as crianças foram submetidas as agressões durante todo o dia.
No entanto, ao analisar toda a gravação, percebe-se que as condutas inadequadas não foram constantes, embora isso não diminua a gravidade do ocorrido. Durante o inquérito, 19 pessoas foram ouvidas, entre pais, professores e funcionários da escola.
Segundo a investigação policial, uma das três servidoras afastadas não apresentava conduta agressiva. Pelo contrário, ela demonstrava buscar o diálogo com as crianças, tentando compreender os motivos do choro e acalmá-las por meio da conversa — comportamento que, segundo ele, era o esperado de todas as profissionais envolvidas no cuidado infantil.
Já em relação às duas indiciadas, a forma como elas se dirigiam às crianças, com cerca de um ano e meio de idade, era inadequada para o ambiente escolar. Houve abuso nos métodos de correção e disciplina por parte das servidoras que já haviam sido afastadas pela prefeitura preventivamente por 60 dias.